sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Nossos Tesouros...







Conta-se que um pai deu a sua filha um colar de diamantes de alto preço. Misteriosamente, alguns dias depois o colar desapareceu. Falou-se que poderia ter sido furtado. Outros afirmaram que talvez um pássaro tivesse sido atraído pelo seu brilho e o levado embora.

Fosse como fosse, o pai desejava ter o colar de volta e ofereceu uma grande recompensa a quem o devolvesse: R$ 50.000,00. A notícia se espalhou e, naturalmente, todos passaram a desejar encontrar o tal colar. Um rapaz que passava por um lago, próximo a uma área industrial, viu um brilho no lago.

Colocou a mão para proteger os olhos do sol e certificou-se: era o colar. O lago, entretanto, era muito sujo, poluído, e cheirava mal. O rapaz pensou na recompensa.

Vencendo o nojo, colocou a mão no lago, tentando apanhar a jóia. Pareceu pegá-la, mas sentiu escapulir das suas mãos. Tentou outra vez. Outra mais. Sem sucesso. Resolveu entrar no lago. Emporcalhou toda sua calça e mergulhou o braço inteiro no lago. Ainda sem sucesso. O colar estava ali. Mas ele não conseguia agarrá-lo. Toda vez que mergulhava o braço, ele parecia sumir.

Saiu do lago e estava desistindo, quando o brilho do colar o atraiu outra vez. Decidiu mergulhar de corpo inteiro. Ficou imundo, cheirando mal. E ainda nada conseguiu. Deprimido por não conseguir apanhar o colar e conseqüentemente, a recompensa polpuda, estava se retirando, quando um velho passou por ali. O que está fazendo, meu rapaz? O moço desconfiou dele e não quis dizer qual o seu objetivo. Afinal, aquele homem poderia conseguir apanhar o colar e ficar com o dinheiro da recompensa.

O velho tornou a perguntar, e prometeu não contar a ninguém.Considerando que não conseguia mesmo apanhar o colar, cansado, irritado pelo fracasso, o rapaz falou do seu objetivo frustrado.Um largo sorriso desenhou-se no rosto do interlocutor.Seria interessante, falou em seguida, que você olhasse para cima, em vez de somente para dentro do lago. Surpreso, o moço fez o recomendado. E lá, entre os galhos da árvore, estava o colar brilhando ao sol. O que o rapaz via no lago era o reflexo dele...


É realmente interessante, não percebemos, mas a felicidade material se assemelha ao reflexo do colar no lago imundo. Na conquista de posses efêmeras, quase sempre mergulhamos no lodo das
paixões inconseqüentes.

A verdadeira felicidade, no entanto, não está nas posses materiais, nem no gozo dos prazeres.
Ela reside na intimidade do ser. Nada ruim em se desejar e batalhar por uma casa melhor, um bom carro, roupas adequadas às estações, uma refeição deliciosa. Nada ruim em desejar termos coisas. A forma como as conquistamos é que fará a grande diferença.

Se para consegui-las, necessitamos entrar no lodaçal da corrupção, da mentira, da indignidade, somente sairemos enlameados, e infelizes. Esse tipo de felicidade é como o reflexo do colar na água: pura ilusão. Somente existe verdadeira felicidade nas conquistas que a honra dignifica, que a consciência não nos acusa.

Pensemos nisso. E, antes de sairmos à cata desesperada de valores materiais expressivos, analisemos o que necessitamos dar em troca. Porque nada vale que mereça sacrificar a honra, a dignidade pessoal, a auto-estima, a vida espiritual.

Tudo é passageiro na Terra. Lembre disso!!!
Um ótimo final de semana...





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