quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Buscai primeiro o Reino de Deus

Meu amigos
Recebi de um amigo que trabalha com audio visual , um excelente video, com uma mensagem do Espírito Emmanuel sobre o "Reino de Deus" . Assistam :Buscai primeiro o Reino de Deus
E segue também um belo artigo sobre o tema.
"O conceito de um reino em que só existisse o bem-estar, a paz, é muito anterior à própria vinda do Mestre Jesus entre nós há pouco mais de dois mil anos.
A sensação da existência de uma vida futura e da possibilidade de se viver com alegria e harmonia já convive com o Homem desde épocas primitivas, como também os conceitos básicos que fundamentam a própria Doutrina Espírita, como nos afirma Kardec em O Livro dos Espíritos – “É uma lembrança que ele conserva do que sabia como Espírito antes de encarnar. Mas, o orgulho amiudadamente abafa esse sentimento.”… “Conservando a intuição do seu estado de Espírito, o Espírito encarnado tem, instintivamente, consciência do mundo invisível, mas os preconceitos bastas vezes falseiam essa ideia e a ignorância lhe mistura a superstição.”
A essência da mensagem do Evangelho do Cristo pode ser encontrada nas diferentes épocas da Humanidade. Descobrimos vestígios desses ensinamentos nos escritos e nas crenças. Todos os povos de alguma forma têm conhecimento do que é certo ou errado; da existência de outros níveis de consciência; de haver Seres em outros planos além do físico; de poderem contar com instruções desses Seres para o encaminhamento de suas vidas.
A vinda de Jesus, o Messias prometido, já havia sido prevista pelos profetas no Velho Testamento – aquele que viria trazer a paz ao mundo.
Quando Pilatos interpelou Jesus se ele era o rei dos Judeus, foi em razão de conhecer as profecias e as expectativas do povo quanto à vinda do Messias – livrar o povo do jugo de Roma, como também proporcionar a oportunidade de tomarem posse da terra prometida.
Jesus, no entanto, respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. (João 8)
Muitas pessoas não compreendem ainda que o Reino de Deus não é um local circunscrito, apesar das palavras do Mestre.
Por muitos séculos acreditou-se que para merecer o reino de Deus seria preciso passar pelo sofrimento, para resgate dos pecados cometidos. Chegou-se ao extremo de muitas pessoas praticarem o autoflagelo como punição e purificação do corpo. Ainda há um seguimento religioso que acredita e aplica essa prática.
Com relação a isso vale lembrar as palavras de Jesus quando ainda perguntado por Pilatos se ele seria rei, Jesus respondeu: não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Àquele que pertence a verdade escuta a minha voz. (João 8)
Qual seria a verdade a que Jesus se referia?
Podemos afirmar tranquilamente que a verdade trazida e exercitada pelo Mestre está inserida em todos os livros dos Evangelistas e epístolas dos Apóstolos – os ensinamentos que Jesus nos trouxe e efetivamente demonstrou por todo o tempo em que viveu conosco há dois mil anos.
Gostaria de aproveitar essa oportunidade para registrar quão importante é termos em nosso coração o sentimento de gratidão por eles nos terem proporcionado essa oportunidade maravilhosa do contato com os ensinamentos do Cristo contidos no Novo Testamento. Sem a dedicação e determinação desses trabalhadores difícil seria termos acesso a todo esse acervo de preceitos morais necessários à nossa elevação espiritual.
Podemos perceber que, apesar de transcorrido tanto tempo, nós ainda não conseguimos apreender seus ensinamentos e menos ainda exercitá-los em nossas vidas.
Kardec nos coloca na Introdução ao Evangelho Segundo o Espiritismo que os ensinamentos são “roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra.”
Diz ele, ainda, que muitas vezes não compreendemos a mensagem contida nos Evangelhos porque não conseguimos ainda encontrar a chave que nos possibilite compreender o verdadeiro sentido da Boa Nova – nome que damos aos ensinamentos do Mestre.
As pessoas admiram a mensagem e pronunciam a sua fé muitas vezes baseadas tão-somente no que ouvem dizer ou se apegando aos textos sem compreender o sentido do que ali está dito. Diz Kardec, ainda na Introdução ao Evangelho: “A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem com que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito. Passam-lhe despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas.”
Poucos procuram estudar e compreender a fundo as mensagens e torná-las instrumentos de reflexão e meditação.
O que o Espiritismo nos traz, além do que já existia em culturas da antiguidade, através das mensagens divulgadas por nossos amigos do Plano Maior, é a consciência da necessidade de se compreender com profundidade, e exercitar, os ensinamentos deixados pelo Mestre, pois só assim alcançaremos o Reino de Deus em nós.
Podemos encontrar em Lucas 20:26 que Jesus perguntara a um doutor da Lei em Jerusalém “Que está escrito na lei? Como lês?” Podemos refletir, a partir dessa passagem do evangelista, que Jesus quer saber com que profundidade o doutor da Lei lê e interpreta os textos. Nós buscamos nos livros o que desejamos assimilar. Podemos ler aspirando pela consolação nos textos; ou o cultivo da nossa dor; por simples entretenimento, sem compromisso de aprendizado. No caso da leitura dos textos evangélicos, no entanto, devemos ter como objetivo a nossa iluminação interior, pois só assim alcançaremos o entendimento necessário à nossa elevação moral e espiritual.
Precisamos compreender o Evangelho, a Boa Nova, o Testamento que Jesus nos deixou, como diz Joanna de Ângelis na introdução ao livro “Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda“. Acrescenta ainda que “é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia.” Diz que é também “precioso tratado de psicoterapia contemporânea para os incontáveis males que afligem a criatura e a Humanidade.”
Diz-nos Emmanuel em “O Consolador”, questão 225: “No turbilhão das tarefas de cada dia, lembrai a afirmativa do Senhor: – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida“. Se vos cercam as tentações de autoridade e poder, de fortuna e inteligência, recordai ainda as suas palavras: – “Ninguém pode ir ao Pai senão por mim“. E se vos sentis tocados pelo sopro frio da adversidade e da dor, se estais sobrecarregados de trabalhos no mundo, buscai ouvi-Lo sempre no imo d’alma: – “Quem deseje encontrar o Reino de Deus tome a sua cruz e siga os meus passos“.
O que representaria seguir os passos de Jesus para encontrar o reino de Deus? Muitos ainda hoje interpretam essa frase literalmente, acreditando que tão-só precisam conhecer os lugares e seguir pelos caminhos por onde ele andou.
Precisamos ir além da letra, buscar o sentido real inserido na mensagem.
Tomar a nossa cruz e seguir os passos do Mestre certamente nos leva a refletir sobre a necessidade de compreender as dificuldades e os obstáculos que a vida nos oferece, em decorrência de nossas experiências do passado, e fazer dessas experiências um aprendizado. É aprender a carregar o fardo das experiências difíceis de forma suave e digna. Lembrando as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
Quanto a seguir os ensinamentos de Jesus, o Cristo, deverá ser seguir o seu exemplo de vida. Buscar nossa elevação moral e compreendermos a necessidade de sermos afáveis e fraternos.
“Meu reino não é deste mundo.” Então, onde estaria o reino de Deus?
Diz-nos também Joanna de Ângelis no livro “Jesus e o Evangelho”: “Na visão da psicologia profunda, embora Ele (Jesus) se referisse às Esferas de onde procedia, o Seu Reino também eram as paisagens e regiões do sentimento, onde se pudessem estabelecer as bases da fraternidade e o amor unisse todos os indivíduos como irmãos, conquista primordial para a travessia pela ponte metafísica do mundo terrestre para aquele que é de Deus e nos aguarda a todos.”
No texto “A vinda do reino de Deus”, do livro “O Espírito do Cristianismo”, Caibar Schutel diz: “O Reino de Deus não está em lugar determinado, nem aparecerá nesta ou naquela nação, nesta ou naquela cidade, porque está em toda a criação, não sendo percebido por nós devido à deficiência dos nossos sentidos, ou antes, devido ao modo por que o procuramos. Se em vez de o buscarmos materialmente o fizéssemos espiritualmente, perceberíamos logo que ele está em nós mesmos, desde que a sua Lei, permaneça em nós.
Qual é a Lei de Deus? A Paz, o Amor, a Sabedoria, a Verdade. Logo, o Reino de Deus deve consistir justamente nisto: na Paz, no Amor, na Sabedoria, na Verdade. Buscando a Lei de Deus, encontraremos o Reino de Deus, isto é, a forma de governo em que Deus é o Rei, e nós somos os súditos, Mas quem não quer saber dessa Lei, quem quer adaptar-se à lei dos homens, não pode encontrar o Reino de Deus, e, quando nele pensa, anda procurando-o aqui ou acolá.”
Citando Lucas 17:21 “O Reino de Deus está no meio de vós”.
Podemos perceber que o texto do evangelista é claro quanto a onde está o Reino de Deus. É importante que observar que ele diz que o Reino de Deus está, ele não diz que estará. O verbo está no tempo presente. O Reino de Deus já se encontra em nós. Como também já se encontra entre nós o Consolador prometido por Jesus: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pôde receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” João 14:16 e 17.
Podemos perguntar então: se o Reino de Deus está em nós, por que razão não o percebo em mim?
Há uma história que nos leva a refletir sobre essa questão:
No fundo de um lago, de água cristalina, há uma pérola de valor inestimável. Entretanto, para que a pérola possa ser vista da superfície, é indispensável que as águas estejam tranquilas; se estiverem agitadas pelo vento, a pérola continuará no mesmo lugar, mas não poderá ser vista. A porção de água do lago corresponde à nossa alma. Da mesma forma que não dá para enxergar através das águas agitadas, não dá para perceber o Reino de Deus, através de nossas almas agitadas. Apenas quando as águas serenam, a pérola pode ser vista. Da mesma forma, apenas quando a alma for serenada, quando tivermos a nossa alma livre das perturbações inerentes ao apego a questões materiais, o Reino de Deus, que é a mais valiosa entre todas as pérolas, poderá ser percebido. (autor desconhecido)
No livro “O Evangelho de Tomé – O elo perdido”, de José Lázaro Boberg, encontramos no capítulo “3. Reino de Deus: tomada de decisão” – “Somos nós mesmos que construímos esse Reino, num longo e incessante processo de aprendizagem”. Diz ainda que, no “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará… O sentido de libertação é o de conquistar por si mesmo o encontro com Deus nos aposentos da alma.
Em o “Céu e o Inferno” encontramos a afirmação: “Somente o homem que se despojou dos vícios e se enriqueceu de virtudes, pode esperar com tranquilidade o despertar na outra vida.” Também nesse mesmo livro encontramos:
“O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.” (Código Penal da Vida Futura)
Ao final de toda essa reflexão a respeito do Reino de Deus e dos conselhos do Mestre sobre como alcançarmos esse estado de graça, resta a nós aprender a carregar a nossa cruz e seguir os passos de Jesus para podermos encontrar o Reino de Deus que já habita em nós.
Disse-nos Jesus:
“porque o reino de Deus está entre vós” (Lucas 17:21); e
“buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”(Mateus 6:33)
Muita paz e luz.
Palestra proferida no Centro Espírirta André Luiz, Guará II, Brasília (DF), em 30-04-2012
Livro “Reflexões Evangélicas II”, de Elda Evelina, Editora Bookess
link para leitura http://www.bookess.com/read/11777-reflexoes-evangelicas-ii/