segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Ordem e Progresso sem euforia






No Brasil e no mundo, os holofotes estão voltados para a presença de celebridades internacionais, que comemoram o Carnaval em pleno verão tropical , aproveitando das paisagens naturais e do acolhimento do povo Brasileiro. 

Ao mesmo tempo, os olhares se voltam para o Canadá, acompanhando os atletas da Olimpíada de Inverno na cidade de Vancouver. Não sei se é por causa do inverno, por falta de celebridades ou porque a Olimpíada é no Canadá, o interesse pelo esporte na mídia é bem menor.

Nosso Blog é direcionado as questões ambientais, mas precisamos analisar o que pode acontecer com as nossas reservas naturais, com o interesse mundial pela nossa cultura,  crescendo a cada dia .

O dever de um povo é preservar a sua terra, a sua cultura e cuidar muito bem do seu patrimônio, para que não seja destruído ou transformado. Na história do Brasil, infelizmente, não temos boas lembranças do que ocorreu com nosso povo, com a nossa cultura e com o nosso patrimônio desde a sua descoberta.

É tempo de Carnaval,  de copa do Mundo no Rio, os holofotes só aumentam o interesse. .

Com a estabilidade financeira, a descoberta de petróleo, o desenvolvimento da agricultura e da ciência, o respeito conquistado pelo nosso representante maior, um país solidário, a maior concentração de oxigênio do mundo, em tempos de aquecimento global e de crise econômica, entre outros fatores, nos levam a um crescimento eufórico, abrindo portas para os interesseiros, os aproveitadores, os atravessadores e para os investidores,  movimentando assim, o capital estrangeiro  que chega a todo momento. 

Não podemos perder de jeito nenhum o controle do nosso território, das nossas riquezas naturais e materiais. Segue abaixo, um texto que correu na internet anos atrás, para que possamos refletir que todo cuidado é pouco nesse momento de crescimento eufórico que passa o nosso querido Brasil.Lembrando que, apesar de tantas notícias boas , ainda temos muito o que fazer pela saúde, educação, alimentação, pela Paz, pelo trabalho honesto, pela distribuição justa de riquezas e justiça para todos.
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O ex-ministro da educação e senador Cristóvão Buarque, foi questionado por um jovem americano, sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

 "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
 Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro.
Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
 Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante esse encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA... Por isso eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
 Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
 Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à ESCOLA.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Como humanista, aceito defender a internacionalizaçã o do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. 
Só nossa!

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