quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Universos paralelos e a existência de Deus


O que um multiverso nos diria sobre Deus?
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Muita gente já parou para perguntar se não estamos sozinhos no espaço. Mas recentemente uma outra pergunta, ainda mais ampla, ganha algum terreno entre cientistas: e se o nosso universo não for o único? A ideia de um multiverso faz cientistas quebrarem a cabeça, e por causa dela teólogos também começaram a pensar nas consequências da possível existência de universos paralelos.
A ciência
O astrofísico Laerte Sodré Junior, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, adianta que qualquer hipótese científica de multiverso não passa de especulação, considerando as teorias e a tecnologia que temos atualmente. "Esse ano estamos comemorando Galileu, que foi um dos precursores do método científico, mas o problema da hipótese do multiverso é justamente o fato de ela não poder ser comprovada por este método", afirma. Uma das principais bases para as hipóteses de multiverso é a chamada "teoria das cordas". Hoje nós temos a mecânica quântica, muito bem-sucedida em relação ao mundo subatômico; e a Teoria da Relatividade Geral, que explica o mundo que vemos e as realidades ainda maiores. O problema é que elas são inconsistentes entre si. A teoria das cordas é uma tentativa de criar uma teoria quântica da gravitação que funcione tanto no micro quanto no macro", diz o cientista.
E uma consequência da teoria das cordas, explica Sodré, é que passaríamos a ter não apenas as quatro dimensões que conhecemos hoje (altura, largura, profundidade e tempo), mas dezenas de outras dimensões – de 10 a 26, dependendo do ramo da teoria. O universo que conhecemos é formado pelas quatro dimensões "clássicas" (as outras não existiriam, ou seriam tão "pequenas" que não seriam detectadas), mas nada impediria que outros universos apresentassem outras configurações dimensionais.  O problema com tudo isso, lembra o astrofísico, é que até agora não existe nenhuma evidência que comprove nem a teoria das cordas, nem o multiverso. "Dentro da comunidade científica não há consenso. Há cabeças muito brilhantes trabalhando nesta teoria, mas outros a rejeitam. Algumas experiências no LHC podem trazer evidências favoráveis à teoria, embora esse não seja o principal objetivo do colisor", explica Sodré.


A religião
Benett /



Para o padre Celso Nogueira, especialista em ciência e religião, ainda é muito cedo para pensar em implicações teológicas de uma teoria que não tem nenhuma evidência a seu favor. "Assim como está por demonstrar que o modelo das cordas finalmente vai ser a teoria de síntese entre Relatividade e Física Quântica, menos legítimo ainda me parece tomar o número de possíveis 'dimensões' presentes nas diversas teorias de cordas e extrapolar falando de um igual número de universos. Diante disso, não me parece que haja algum obstáculo teológico à existência de outros universos. O importante é que isso não afetaria as verdades da nossa fé, que sempre dizem respeito a nós, homens. Só aumentaria o entendimento do que concretamente constitui a criação", conclui o sacerdote. Mas, se nosso universo deixa de ser o único para ser apenas um, dentro de um cenário de gazilhões de outros universos, é muito mais plausível que o nosso universo seja o que é por mero acaso.Havendo vida inteligente no multiverso, como se aplicam as doutrinas relativas ao pecado original e à redenção de Cristo? Essa pergunta já foi feita, pelo L'Osservatore Romano, ao padre José Funes, diretor do Observatório Vaticano. Depois que o padre fala da possibilidade de ETs tão ou mais evoluídos que nós, o repórter continua:
Isso não poderia ser um problema para nossa fé?

Acredito que não. Assim como existe uma série de criaturas na Terra, poderia haver outros seres, também inteligentes, criados por Deus. Isso não contrasta com nossa fé porque não podemos colocar limites na liberdade criadora de Deus. Para dizer como são Francisco, se consideramos as criaturas terrenas como "irmão" e "irmã", por que não poderíamos falar de "irmão extraterrestre"? Ele também seria parte da criação.
E quanto à redenção?

Nós usamos a imagem evangélica da ovelha perdida. O pastor deixa as 99 no aprisco para procurar aquela que se perdeu. Pode ser que no universo haja 100 ovelhas, correspondentes a diversas formas de criaturas, e nós, a raça humana, poderíamos ser exatamente aquela que se extraviou, pecadores que precisam de um pastor. Deus se tornou homem em Jesus para nos salvar. Assim, caso existam outros seres inteligentes, talvez eles não tenham a necessidade de redenção, podem ter permanecido na amizade plena com o Criador.
Benett /

As afirmações do padre Funes refletem, claro, sua opinião pessoal, até porque duvido que o Vaticano tenha pronunciamento oficial sobre o assunto. A entrevista não fala de multiverso, mas me parece que esse tipo de questão teológica independe de a vida extraterrestre estar neste ou em outro universo. O padre Celso finaliza dizendo que o mesmo raciocínio feito por ele em relação ao impacto do multiverso serviria também para a vida extraterrestre inteligente. ( retirado de um texto do Blog Tubo de ensaio ,sobre o tema " O ano da astronomia)
E então? Vocês consideram a hipótese de multiverso plausível ou apenas excesso de imaginação? Que outros dilemas teológicos seriam criados pela existência de vários universos? 


A Doutrina Espírita revive os ensinamentos de Jesus que já pregava: " Há muitas moradas na Casa de meu Pai". Não precisamos de nenhuma teologia para libertar ou aceitar a vida fora da Terra .


Acredito que antes disso, precisamos de todo conhecimento religioso para elevar o grau de moralidade do Ser Humano, cuidar das ovelhas que estão aqui na Terra, preservando a vida no Planeta.


Essa sim, corre sério risco de desaparecer se não nos mobilizarmos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia da consciência- somos todos irmãos


Zumbi dos Palmares

e o Dia Nacional da Consciência Negra


Em 1655, um recém-nascido foi um dos poucos sobreviventes de um ataque a um vilarejo no Quilombo dos Palmares. O bebê foi levado e dado a um padre, Antônio Melo. Padre Antônio batizou a criança como Francisco. Francisco aprendeu português, latim e religião.
Numa noite de 1670, aos 15 anos, Francisco fugiu para o quilombo modificando o seu nome para Zumbi, que no dialeto quer dizer "Senhor da Guerra". Passado algum tempo, Zumbi foi eleito chefe de uma aldeia e, com muita raça e pulso firme, logo se tornou comandante geral do exército de Palmares.
Transformou Macaco, sede de Palmares, numa grande fortaleza. Por dezesseis anos venceu os ataques à sua terra. Nas senzalas, acreditava-se que Zumbi era imortal. Porém a batalha final estava próxima e em 20 de novembro de 1695, um ano depois da derrota de Palmares, Zumbi morreu em uma emboscada. Traído por um amigo, teve a sua cabeça degolada e exposta na praça pública de Recife, para mostrar aos negros que não era imortal, e aos brancos, o quanto este lhe eram superiores. Zumbi morreu, mas seus ideais perduram no coração da raça negra.
Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, como tambpem sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.

Há 32 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse comemorado como o "Dia Nacional da Consciência Negra", pois era mais significativo para a comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. "Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da Escravatura" em um de seus poemas. Em 1971 o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A idéia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação racial e, no final dos anos 1970, já aparecia como proposta nacional do Movimento Negro Unificado.
A lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate das contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Muitos de nós têm uma pergunta parada na garganta que não quer calar:
Será que esse tipo de comemoração nos nos afasta cada vez mais uns dos outros?
Não cria uma sensação de superioridade de uma raça sobre a outra?
Já sofremos tanto com o período vergonhoso da escravidão no País, e agora o Governo quer reparar o passado, oferecendo uma política vergonhosa , que facilita a entrada dos negros na faculdade, ou UM dia de "consciência" , sem que ofereça aquilo que lhe é de direito?  
Não seria melhor trabalhar a educação e todos os direitos de forma igual e justa?
Vivemos em uma era onde as famílias estão cada vez mais multiraciais, rompendo com a idéia de uma formação familiar tradicional, onde os valores culturais são agregados e produzem o nascimento de uma Sociedade mais justa e fraterna, nos aproximando nos quatro cantos do Mundo pelo coração.
Lembrando mais uma vez de Jesus, que rompendo com essas diferenças, há mais de 2000 anos,  disse que somos irmaõs, filhos do mesmo Pai , independente de cor,raça,religião, somos espíritos e neles não há diferenças, a não ser a grande capacidade de Amar uns aos outros...



   




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Apagão - não apague a Vossa Luz!

















O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu discurso no lançamento do plano de ação para prevenção e controle do desmatamento da Amazônia legal , para defender o governo do apagão de terça à noite, sem citar fazer qualquer referência ao que chamou no dia anterior de incidente. "Nós não controlamos as intempéries", afirmou o presidente em discurso de improviso.

"Eu já disse várias vezes: Freud dizia que tem algumas coisas que a humanidade não controlaria. Uma delas era as intempéries", declarou ele, acrescentando que "dá um terremoto, o Japão faz casa de borracha, faz casa de papel, aqui no Brasil faz piscinão, piscininha". E completou: "a gente não sabe o tamanho do vento, o tamanho da chuva. Sabe que, quando vem, tudo que a gente bolou, escafedeu-se. " ( Fonte: O Estadão -12/11/09)

Quem não se sentiu perdido no dia do "apagão"?? Somente os que estavam dormindo, não se preocuparam...

Primeiro achamos que o "pisca pisca" era em casa, depois descobrimos que também o vizinho estava sem luz, depois o bairro, nossos parentes e amigos de outros bairros, cidades e de alguns Estados.

Em casa, cada um parou o que estava fazendo, bem como nas ruas e no trânsito. Quem tinha um rádio de pilha, veículo de comunicação que funcionou muito bem, conseguiu saber o que ocorria.Os celulares falharam, a internet também e tudo aquilo que depende da tão concorrida "energia elétrica".

O Governo, como afirma a reportagem acima, está atônito e preocupado com o efeito disso na Política e na imagem pública. A sociedade aproveita para "cobrar" os seus direitos.

Cada um, segundo seus interesses, procuram desvendar ou livrar-se da repercussão desse fato. Poucos pararam para analisar o nível de dependência que a Sociedade  está em relação a energia e tudo o que ela é capaz de nos oferecer. Hoje é certamente impossível viver sem ela...

Vamos retroceder em nossos hábitos ou avançar?

Com certeza a maioria irá optar pelo avanço, por alternativas no sistema de distribuição de energia nas grandes cidades. Mas até que ponto estamos preparados para contornar situações críticas como essa? Os investimentos são suficientes? Existe uma infra-estrutura para essas mudanças? Elas serão à médio ou longo prazo?

Infelizmente, vimos que  4 horas de "apagão" foram suficientes, para provocar estragos que podem durar uma semana inteira. Sem contar os prejuízos públicos e privados, a sensação de vulnerabilidade na segurança pública,os acidentes de trânsito, a falta de água, a deficiência em atendimentos essenciais, como Hospitais, os problemas de comunicação nos principais serviços públicos e na área de telecomunicação, antes e depois do evento. E com tudo isso, não temos ainda, as informações corretas em relação ao fato.

Seja o que for, temos material farto de reflexão.

O que fizemos em casa nas quatro horas de escuridão completa?
Conseguimos conviver um pouquinho, saindo dos espaços e das atividades individualizadas que criamos, e que nos separam do convívio uns com os outros?

Percebemos finalmente que estamos "interligados",  aquilo que ocorre com uns , pode interferir diretamente no convívio com os outros?

Que é de nossa total responsabilidade, o consumo de energia, da água e dos alimentos  de forma racional e responsável?

Que diante de situações adversas, precisamos manter a calma e estar prontos para  o auxilio do outro em caso de necessidade?

Que não temos o controle de tudo o tempo todo,  e que de repente, podemos perder algo que é fundamental em nossas vidas?

São apenas reflexões, ou  um convite à mudança, depende de você. 

Temos o direito de continuar vivendo sem preocupações, sem responsabilidade com o meio ambiente , aproveitando a vida individualmente, nos ocupando das coisas materiais e do excesso de consumo, despreocupados e despreparados para os momentos de maior necessidade, longe da convivência e dos amigos e mais perto da tecnologia e do mundo virtual. 

A fatalidade, os cataclismas, a morte ou uma doença terminal, a perda (em todos os sentidos) demostram, o quanto é frágil a vida Humana. Que a importância que damos as coisas materiais, desaparecem em instantes, no escuro da ignorância, não embarcam conosco para a outra vida. O nosso despertar,costuma ocorrer, nos momentos mais difíceis.

Somente as claridades do conhecimento espiritual, revelam os valores essenciais e a compreensão do que estamos,verdadeiramente, fazendo por aqui.

Enquanto ainda não perceber , a Luz íntima a desabrochar, como um farol a iluminar outros corações, guie-se pelo Farol que jamais deixará de iluminar a vida daqueles que O procuram: 


"Eu Sou a luz do mundo: quem Me segue, de modo algum andará nas trevas, mas terá a luz da vida". Jesus (Jo.8:12-20)


Muita Paz!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O luto e a vida




O dia de Finados surgiu no século V, quando a Igreja Católica decidiu criar um dia em homenagem aos mortos. Após algum tempo, foi determinado uma data para ser celebrado este dia, que foi o dia 2 de novembro. Neste dia as pessoas prestam uma homenagem a seus parentes e amigos queridos, indo até os cemitérios levar flores e acender velas nos túmulos.(crença do Catolicismo)


É muito difícil aceitar a morte de um ente querido, mas quando conhecemos o Espiritismo, sentimos um refrigério na alma ao saber que a morte não existe, que é somente uma passagem para o espírito, fica a saudade e a certeza de que a vida continua, que os laços de afeto não se rompem em uma única existência.


No início, todos os dias é dia de recordar, de reviver, "trazer a vida"a presença querida, ao menos em lembranças, através dos pensamentos e sentimentos.


Com o passar do tempo, as lembranças ficam menos frequentes, a saudade não gera mais sofrimento e desespero, a dor é amenizada .


Mas nessa data, não há quem não recorde de alguém querido que já partiu. Se ainda estiverem desencarnados como dizem os espíritas ( sem o corpo de carne)  ou no mundo espiritual (morada do espírito) , podemos ter um breve encontro nesse dia, nossas vibrações e pensamentos chegam até eles e vice-versa.  


São dois mundos  que mantêm um contato frequente, não somente nesse dia,mas não nos apercebemos disso, e uma parcela da humanidade, ainda acredita que a vida acaba no túmulo e que os espíritos não podem se comunicar.


Mas falando em "morte" o que é verdadeiramente morrer? É ir para o túmulo com um atestado de óbito? Ou será que os mortos estão mais vivos que alguns vivos?

Aproveite a vida dos "vivos" enquanto ainda está por aqui, porque depois que você partir , cabe a você , enterrar  tudo aquilo que não te serviu, refletindo nesse breve instante, como foi realmente a sua vida .


Seus entes queridos não poderão resolver  aquilo que você deixou de fazer, seus erros e acertos, suas conquistas e fracassos, suas mágoas e dores, suas alegrias e tristezas,seus sonhos e desilusões.


As coisas materiais , você não levará, talvez até fiquem com ele, mas os valores espirituais adquiridos , a retidão de caráter  e o bem que você foi capaz de realizar, acompanharão você aonde for, pois fizeram parte da contrução moral do seu espírito.

Existe uma passagem do Evangelho que Jesus diz a um filho que quer enterra o seu Pai, para deixar os mortos enterrarem os seus mortos. Qual o seu significado?  

Deixo a resposta com um excelente texto de Cairbar Schutel (22/09/1868 - 30/01/1938), " As duas mortes" , militante da cidade de Matão/SP, conhecido como o "Bandeirante do Espiritismo".

AS DUAS MORTES


"Vendo Jesus uma multidão em redor de si, mandou passar para a outra margem do lago. E chegou um escriba e disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm seus covis, e as aves do céu seus pousos, mas o Filho do Homem não têm onde reclinar a cabeça.


"E um outro discípulo disse-lhe: Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai. Porém, Jesus respondeu-lhe: Segue-me, e deixa que os mortos enterrem seus mortos".(Mateus, VIII, 18-22. )

Existem duas vidas, devem conseqüentemente existir duas mortes: a morte concreta e a morte abstrata.


Quando o homem morre, os membros se lhe enrijecem, seu calor desaparece, suas células se multiplicam e se avolumam; a putrefação anuncia a desagregação molecular e a personalidade desfigurada desaparece nas voragens do túmulo.


Quando a alma morre, é o censo moral que se enrijece; e o frio da descrença caracteriza o cadáver; são as más paixões que denunciam a decomposição do indivíduo e ei-lo, sepulcro ambulante, em trânsito pelas necrópoles dos vícios, ostentando suntuoso mausoléu!


Há alma morta em corpo vivo, porque assim como o corpo sem alma é morto, o Espírito sem a fé que vivifica e felicita é um ser inerte como um cadáver.


O corpo morto tem olhos e não vê, tem ouvidos e não ouve, tem boca e não fala, tem cérebro e não raciocina, tem braços e não se move, tem pernas e não anda, tem nariz e não cheira; o tato desaparece e até o coração, o fígado, o estômago, os intestinos, que produzem trabalho mecânico, jazem quedos, inertes, glaciais. A alma, quando morta, também perde a sensação e a percepção: não pensa, não sente a vida, não percebe a moral; nenhum som, nenhuma cor, nenhum perfume, nenhum ato generoso, nenhuma ação divina consegue despertar esse "Lázaro" encerrado em sepulcro de carne!


Como é terrível a morte da alma!

Mais estranha e penosa coisa é a morte da alma que a morte do corpo.A morte do corpo é a libertação do Espírito; a morte da alma é a sua escravidão ao serviço da carne. Há morte do corpo e há morte da alma.

Glorioso é o dia da morte do corpo para os Espíritos que vivem; terrível é o dia da morte do corpo para os Espíritos mortos.

Entretanto para uns, como para outros, há ressurreição; aqueles ressurgem para a glória e estes para a condenação; daí a proposição de ficarem os mortos incumbidos do enterro dos seus mortos!

Existem duas mortes: a morte concreta que destrói a personalidade (o corpo - a figura aparente do Eu); e a morte abstrata, que adormece, desfigura, deprime a individualidade, o ser que prevalece na vida eterna.

A morte do corpo, para a alma morta, é o arrebatamento do indivíduo que fica forçado a alhear-se de todos os bens da Terra, de todos os gozos mundanos e até dos seres que o cercavam na vida do mundo.

A morte da alma é a abstração de tudo o que interessa à vida imortal, é a ausência de todos os bens incorruptíveis, é o desconhecimento da divindade, é a pobreza dos sentimentos nobres, do caráter, da virtude.

Existem duas vidas, existem duas mortes; existem duas estradas, duas portas; existem dois senhores, sigamos o Senhor do Céu e deixemos que os mortos enterrem os seus mortos!

Cairbar Schutel - Parábolas e Ensinamentos de Jesus
(Ed.O Clarim-11ª Edição -  Matão - SP-1979 )