Fazendo uma pesquisa na Internet sobre a relação da seca no Sudeste e o desmatamento da Amazônia, encontrei um texto interessante no site da Uol, do colunista Jean Remy Davée Guimarães, e que achei muito interessante.
Ele diz que a Amazônia está mais para torneira do que pulmão, como antes acreditávamos. Significa que a umidade natural da terra da garoa e de outras regiões do País, dependem das árvores Amazônicas.
Então eu me pergunto: E as nossas árvores? E o nosso desmatamento? E a quantidade de cimento e pedras e o mal planejamento das cidades, está tudo desordenado, fora de controle? Hoje na cidade de São Paulo, restam apenas 488 km2 (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema Cantareira.
Ele diz que a Amazônia está mais para torneira do que pulmão, como antes acreditávamos. Significa que a umidade natural da terra da garoa e de outras regiões do País, dependem das árvores Amazônicas.
Então eu me pergunto: E as nossas árvores? E o nosso desmatamento? E a quantidade de cimento e pedras e o mal planejamento das cidades, está tudo desordenado, fora de controle? Hoje na cidade de São Paulo, restam apenas 488 km2 (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema Cantareira.
Precisamos que aconteça o pior para que algo possa ser feito pelos líderes desse Pais que tem o poder e os recursos para investir na mudança desse cenário?
Onde estão os estudiosos, os cientistas, os pesquisadores que tem informações suficientes para evitar esse tipo de catástrofe ambiental ?
O que nos resta é pagar alto essa conta, conviver com o vilão do racionamento e desenvolver a consciência desse bem precioso que é a água. Vamos fazer nossa parte, economizar e cobrar das autoridades que estão no poder uma atitude urgente!
Segue parte do texto publicado no site: UOL- texto na íntegra
Amazônia: de pulmão a torneira
Creio que, para o leitor regular desta coluna ou do noticiário no front ambiental, as informações sobre novos recordes de calor, chuva e seca no país não são grande novidade, nem a relação desses recordes com o aquecimento global – e seus muitos desdobramentos – e com as mudanças no uso do solo, no país e alhures. “Mudanças no uso do solo”: esse frio eufemismo contemporâneo politicamente correto deve ser traduzido como “detonar geral”, ok?
Todo o território brasileiro depende da chuva que a Amazônia gera eque está minguando devido ao desmatamento
Os chatos do IPCC já cansaram de explicar que há um ‘rio’ de umidade da Amazônia para o Sudeste do Brasil, que alimenta as chuvas nesta região e é alimentado pela evapotranspiração da mata. Na verdade, jornalistas e divulgadores de ciência dos anos 1960-1970 estavam errados quando atribuíam a esse bioma a função de pulmão do mundo. Está mais para torneira que pulmão. É verdade que boa parte do Brasil anda mesmo de respiração curta, mas por ansiedade, devido à falta d’água.
Se houvesse alguma tênue conexão entre conhecimento e tomada de decisão, há tempos a população do Sudeste brasileiro já deveria ter metido o bedelho no uso do solo no Norte do país, movida como sempre por instinto de sobrevivência, mas obrando nesse caso hipotético para o bem de todos, embora sem querer.
Afinal, todo o território brasileiro depende da chuva que a Amazônia gera e que está minguando devido ao desmatamento. Sabemos que desmatamentos secam mananciais. Nos tempos do Brasil Imperial, plantou-se tanto café nas encostas do maciço da Tijuca que as fontes que abasteciam a capital escassearam, a floresta da Tijuca teve de ser replantada, e o café foi provocar seca em outras freguesias.
Falta nos convencermos de que o que observamos localmente ocorre também regional, nacional e globalmente. A consequência lógica é que seguir desmatando é uma atitude suicida. Sem água, não há energia nem comida. Sem esse trio, lá se vai a segurança. Chegando a esse ponto, já perdemos a educação. E quanto à saúde e ao transporte? Cada um por si.
Parece que só vamos entender os tais ‘serviços ambientais’ quando os perdermos. A atual crise hídrica é apresentada como anomalia ou fatalidade. Ninguém ousa apontar as conexões entre seca e atividade humana. Será por medo de irritar o agronegócio? Para piorar, estou convicto de que boa parte da população – inclusive tomadores de decisão – acha que os tais serviços ambientais incluem as atividades de guarda-parques, engenheiros florestais e paisagistas.
A atual crise hídrica é apresentada como anomalia ou fatalidade. Ninguém ousa apontar as conexões entre seca e atividade humana
Seja como for, diante da escassez de água na torneira, as notícias catastróficas sobre a quebra de produção hidrelétrica perderam destaque. Podemos aguentar muito mais tempo sem luz e energia do que sem água, certo? Mas quanto tempo? Alguns afirmam que, se não chover pra valer nas próximas semanas nas áreas de captação de água de São Paulo, é catástrofe certa.
Em outros pontos do país, os eventos climáticos vão confirmando dolorosamente as previsões do IPCC para essa região do planeta. Alternância de grandes secas e cheias na Amazônia com tendência para períodos de seca mais longos, mais secas no Sudeste e mais temporais e enchentes no Sul.
Ainda bem que tanta divulgação dos problemas de abastecimento de água e hidreletricidade motiva os consumidores residenciais, industriais e rurais a usar esses preciosos recursos com mais parcimônia, não é? Que bom, porque, se dependêssemos de campanhas agressivas de racionamento por parte de empresas, do poder público e de agências reguladoras, estaríamos calados, como sempre, mas dessa vez devido à secura na garganta.
Onde estão os estudiosos, os cientistas, os pesquisadores que tem informações suficientes para evitar esse tipo de catástrofe ambiental ?
O que nos resta é pagar alto essa conta, conviver com o vilão do racionamento e desenvolver a consciência desse bem precioso que é a água. Vamos fazer nossa parte, economizar e cobrar das autoridades que estão no poder uma atitude urgente!
Segue parte do texto publicado no site: UOL- texto na íntegra
Amazônia: de pulmão a torneira
Creio que, para o leitor regular desta coluna ou do noticiário no front ambiental, as informações sobre novos recordes de calor, chuva e seca no país não são grande novidade, nem a relação desses recordes com o aquecimento global – e seus muitos desdobramentos – e com as mudanças no uso do solo, no país e alhures. “Mudanças no uso do solo”: esse frio eufemismo contemporâneo politicamente correto deve ser traduzido como “detonar geral”, ok?
Todo o território brasileiro depende da chuva que a Amazônia gera eque está minguando devido ao desmatamento
Os chatos do IPCC já cansaram de explicar que há um ‘rio’ de umidade da Amazônia para o Sudeste do Brasil, que alimenta as chuvas nesta região e é alimentado pela evapotranspiração da mata. Na verdade, jornalistas e divulgadores de ciência dos anos 1960-1970 estavam errados quando atribuíam a esse bioma a função de pulmão do mundo. Está mais para torneira que pulmão. É verdade que boa parte do Brasil anda mesmo de respiração curta, mas por ansiedade, devido à falta d’água.
Se houvesse alguma tênue conexão entre conhecimento e tomada de decisão, há tempos a população do Sudeste brasileiro já deveria ter metido o bedelho no uso do solo no Norte do país, movida como sempre por instinto de sobrevivência, mas obrando nesse caso hipotético para o bem de todos, embora sem querer.
Afinal, todo o território brasileiro depende da chuva que a Amazônia gera e que está minguando devido ao desmatamento. Sabemos que desmatamentos secam mananciais. Nos tempos do Brasil Imperial, plantou-se tanto café nas encostas do maciço da Tijuca que as fontes que abasteciam a capital escassearam, a floresta da Tijuca teve de ser replantada, e o café foi provocar seca em outras freguesias.
Falta nos convencermos de que o que observamos localmente ocorre também regional, nacional e globalmente. A consequência lógica é que seguir desmatando é uma atitude suicida. Sem água, não há energia nem comida. Sem esse trio, lá se vai a segurança. Chegando a esse ponto, já perdemos a educação. E quanto à saúde e ao transporte? Cada um por si.
Parece que só vamos entender os tais ‘serviços ambientais’ quando os perdermos. A atual crise hídrica é apresentada como anomalia ou fatalidade. Ninguém ousa apontar as conexões entre seca e atividade humana. Será por medo de irritar o agronegócio? Para piorar, estou convicto de que boa parte da população – inclusive tomadores de decisão – acha que os tais serviços ambientais incluem as atividades de guarda-parques, engenheiros florestais e paisagistas.
A atual crise hídrica é apresentada como anomalia ou fatalidade. Ninguém ousa apontar as conexões entre seca e atividade humana
Seja como for, diante da escassez de água na torneira, as notícias catastróficas sobre a quebra de produção hidrelétrica perderam destaque. Podemos aguentar muito mais tempo sem luz e energia do que sem água, certo? Mas quanto tempo? Alguns afirmam que, se não chover pra valer nas próximas semanas nas áreas de captação de água de São Paulo, é catástrofe certa.
Em outros pontos do país, os eventos climáticos vão confirmando dolorosamente as previsões do IPCC para essa região do planeta. Alternância de grandes secas e cheias na Amazônia com tendência para períodos de seca mais longos, mais secas no Sudeste e mais temporais e enchentes no Sul.
Ainda bem que tanta divulgação dos problemas de abastecimento de água e hidreletricidade motiva os consumidores residenciais, industriais e rurais a usar esses preciosos recursos com mais parcimônia, não é? Que bom, porque, se dependêssemos de campanhas agressivas de racionamento por parte de empresas, do poder público e de agências reguladoras, estaríamos calados, como sempre, mas dessa vez devido à secura na garganta.